quinta-feira, 10 de abril de 2014

Do Ceará ao Piauí

Quando soube que um dos professores estava planejando fazer uma viajem para Ubajara não pensei duas vezes em me candidatar para ir. Mas tinha um pequeno probleminha, eu não pagava mais nenhuma disciplina com ele. Em um dos avisos sobre essa viajem ele disse que "se o número de alunos que pagam as disciplinas que administra não ocupar todas as vagas do ônibus ele cederia essas vagas para os seus ex-alunos", e foi justamente o que aconteceu. Ubajara 2.0 ai vou eu!!!

Além de Ubajara também íamos passar uma noite na cidade de Sobral (CE) e conhecer o Parque Nacional de Sete Cidades (PI). Aproveitaríamos essa volta do Piauí para o Ceará para dar uma paradinha para conhecer o Sítio do Bosco (CE).

Imagem retirada do Google Maps. 
Mossoró (ponto A), Sobral (ponto B), Ubajara (ponto C), Sete Cidades (ponto D) e Sítio do Bosco (ponto E).

1° DIA - Sobral

Saímos de Mossoró por volta das 14:00hs o dia 21 de Março de 2014. Algumas horas de estrada depois fizemos uma rápida parada na cidade de Quixadá para esticar as pernas. Chegamos em Sobral por volta das 8:30hs da noite.

Arco de Nossa Senhora de Fátima também conhecido como o Arco do Triunfo de Sobral

2° DIA - Parque Nacional de Ubajara

No dia seguinte arrumamos nossas coisas, pois não iriamos dormir novamente em Sobral. Ás 5:30hs da manhã do dia 22 de Março, pegamos novamente a estrada para irmos direto para o Parque Nacional de Ubajara. 

O clima estava ajudando bastante, uma nevoa razoavelmente densa espalhava-se pelo topo da serra e se concentrava exatamente no local onde iriamos fazer as trilhas. No meio do caminho o professor ligou para a organização do parque e sabem o que aconteceu? O bondinho não estava funcionando! 

Vista do Mirante do Teleférico (que não peguei... de novo)

Eu não era a única que havia ido para Ubajara quando o bondinho estava quebrado, eu e mais 4 pessoas já tínhamos passado por essa situação e agora teríamos que enfrenta-la novamente. Beleza, vamos lá!

Veteranos e novatos sorridentes e descaçados antes de entrar nas trilhas de Ubajara

Na primeira vez que fui para Ubajara a estação das chuvas estava começando a terminar, dessa vez enfrentaríamos trilhas escorregadias, por outro lado as cachoeiras estariam bem limpinhas, águas geladas e formando várias lagoas e córregos em alguns trechos.


Recebendo instruções do guia sobre os caminhos que íamos percorrer

Não sei explicar o porque, mas dessa vez o parque cobrou 20 reais por pessoa (dois guias, descida, visitar a gruta e subir pela mesma trilha). 


Como havia falado na primeira postagem sobre Ubajara, o parque é dividido em duas trilhas principais a da Samambaia que tem 3km com dificuldade fácil (apesar de ter algumas partes complicadas) e a trilha do Araticum que tem 4km com dificuldade difícil. 

Inicio da trilha do Araticum

Essa segunda vez achei a trilha do Araticum mais difícil, pode ter sido por causa dos vários trechos escorregadios ou do meu tênis que estava me machucando. Diferente do que disse na primeira postagem, percebi que caminhar acompanhada é melhor que ficar sozinha. Um apoiando o outro, rindo e descansando juntos facilitou e muito a descida (ida) e a subida (volta) nas trilhas. 



Uma das coisas que aprendi com essas viagens é a seguinte, se você quer conhecer o local tente andar próximo do guia. Eu sei que isso é meio obvio, mas como a maioria das trilhas são longas é normal você se afastar do guia, em paradas para fotografar (muitas paradas) ou quando o ritmo da caminhada dele é mais acelerado que o seu. 

O Guia, como o próprio nome já diz, é aquele que mostra o caminho e que durante isso lhe apresentará fatos históricos ou curiosos sobre o local. Ele é treinado para isso, mas não tem a obrigação de esperar a boa vontade de todos para poder acompanha-lo. Muitas vezes aqueles que andam próximo do guia fazem perguntas que fogem do roteiro de perguntas programadas e esse é o melhor momento de aprender algo que poucos ouviram, as vezes podemos perceber uma empolgação quando os guias respondem essas perguntas. 

Fatos curiosos encontrados nas trilhas:

Segundo o guia, o Parque de Ubajara foi criado em terras que foram pacificadas por padres jesuítas. Antes de iniciar a trilha do Araticum pode-se ver uma cruz de madeira que resiste desde aqueles tempos.


Mijo da Velha


Uma fonte de água limpa e gelada brota entre as rochas na trilha do Araticum. Não sei explicar o porque desse nome, mas esse Mijo da Velha foi a salvação de muita gente e deu uma grande força para terminar esse trajeto mais difícil!

#SaciouMinhaSede

Próximo do Mijo da Velha pode ser visto uma placa que indica onde um padre jesuíta foi morto e esquartejado por índios. Segundo o guia, os índios fizeram isso por seguirem a crença de que "se comerem um homem santo (ou não) parte de seu espirito ou conhecimento iria ser passado para eles". O corpo do padre foi repartido em vários pedaços sendo dividido por diversas aldeias ou vilarejos e muitos conetaram o ato do canibalismo. 
A bocó aqui esqueceu de tirar uma foto... dã!

No meio da trilha do Araticum existe uma árvore com o tronco "rachado" ao meio. Dizem por lá que essa rachadura foi causada por um raio que caiu sob a árvore.


Fizemos duas paradas principais (para reunir todo o grupo), uma logo abaixo da cachoeira do Cafundó que cortava o trajeto da trilha e outra que ficava próximo a gruta.




 A segunda parada que fizemos ficava próxima da gruta. Antes de alcançar esse ponto ouvimos um barulho de um chocalho pouco depois alguém que estava um pouco atras gritou que haviam alguns jumentinhos descendo a trilha. Acelerei meus passos para chegar no ponto da parada antes dos jumentinhos me ultrapassarem. Cheguei no ponto de parada e consegui tirar uma foto deles bebendo água. Um senhor, que provavelmente deve ser um dos moradores da vila que fica dentro do parte, acompanhava os animais e como se tivesse costume ele não reclamou com a nossa aproximação, eu acho que vi até um sorriso dele quando uma das meninas tocou na crina de um dos burrinhos.



Pouco tempo depois os outros do grupo foram se aglomerando nesse ponto de encontro.
Tirei os tênis para aliviar um pouco as dores no pé e os mergulhei em um dos vários córregos, a água estava muito gelada, tão gelada que adormeceu os meus pés. 


Nesse ponto alguns tomaram banho, outros comiam alguma coisa, outros tiravam fotos e outros apenas descaçavam deitados nas rochas frias com o rosto virado para o céu coberto de nuvens.



Seguimos mais alguns metros para finalmente alcançarmos o ponto que daria inicio a parte da trilha que nos levaria a gruta.


Os primeiros que chegaram sentaram-se em algum lugar para descansar e esperar os outros.
Essa última parte da trilha, na minha opinião e de quase todo mundo (se não de todos), foi a mais difícil! Já estávamos esgotados e a situação piorava a cada trecho, pedras formavam uma escadaria fazendo-nos colocar mais força nas pernas, quando chegamos em frente as garrafas d´agua que antes estavam sendo controladas foram esvaziadas quase de uma vez.


Dentro da gruta o guia nos mostrou várias pichações encontradas nas paredes e no teto da gruta. Ele ainda disse que cerca de 70% das pichações já foram removidas... é quase impossível imaginar como era ali sem essa restauração, só quem conhece a gruta há muito tempo pode dizer como ela esta "mais bonita".




Não vou falar muito sobre a gruta porque já falei na primeira postagem. Mas como estávamos em época de chuvas podíamos ver o inicio da formação de estalactites e de estalagmites por causa das gotas de água que escorriam pelas paredes da gruta, os administradores e guias do parque cercaram esses pontos para preservação. 


Outra coisa que não falei é que a gruta é dividida em salões. Logo no primeiro salão podemos ver a imagem de uma santa, os antigos moradores usavam essa parte da gruta onde as famílias se reuniam para realizar cultos e orações.


A gruta já foi explorada de forma inapropriada, no início de sua descoberta garimpeiros e exploradores ficaram admirados com o brilho que era visto nas rochas, eles retiraram vários pedaços para vender pensando que fosse ouro. Em suas tentativas eles descobriram que o brilho que as rochas tinham não era por causa do ouro, mas sim devido a exposição de minerais. Essas rochas brilhosas ficaram conhecidas como "ouro dos tolos".

É uma pena que a foto não mostre as rochas brilhosas :(

Alguns salões foram interditados para a visitação devido a quantidade de água que estava na gruta, deixando o solo argilo muito escorregadio e perigoso para os turistas.


Tentamos convencer os guias de voltar usando o bondinho, mas nada feito. Teríamos que voltar pelo mesmo caminho, então sebo nas canelas! Durante a descida alguns falavam que "subir vai ser mais fácil", doce ilusão! Um grupo tinha mais gás e depois de algum tempo havia alcançado o final da trilha do Araticum e aguardavam os outros. Meu grupo chegou logo atrás recebendo incentivo do guia (que a cada curva falava que faltavam 30 minutos... eternos 30 minutos que nunca passavam!) e da gritaria dos que já haviam chegado lá. Quando um dos guias havia terminado a trilha deu permissão para os que já estavam ali para ir para a cachoeira do Cafundó. Ele disse que em 150 metros alcançaríamos as escadas que nos levariam a cachoeira. 150 metros uma ova! Não sei se era o cansaço mais até agora acho que aquele caminho todo não media 150 metros.

Chegando na cachoeira alguns imediatamente trocaram de roupa para tomar banho, outros forma tomar banho com a roupa que estavam (como eu, calça jeans e camisa :p) e outros apenas descansavam. Eu não ia tomar banho, não tinha colocado toalha e roupas extras na mochila, mas quando vi a galera se divertindo na cachoeira não me contive pra ir também. Essa era a minha segunda vez  e novamente não sabia quando voltaria para lá. Não havia tomado banho  em 2010 mas não deixaria 2014 também passar em branco! 


 


O guia falou uma coisa curiosa, ao todo as trilhas mediam 7 km ida e mais 7km volta (isso em linha reta), mas como haviam muitos trechos íngremes as trilhas deixaram de ter 14km e passaram a medir 30km. Ao ouvir isso, tanto quem já havia ido como quem estava indo pela primeira vez falaram que "nunca mais iam fazer isso novamente", eu toparia uma 3°, 4° ou 5° vez. É divertido... cansativo, mas divertido. ;)

Terminamos de percorrer todas as trilhas as 5:30 hs, contando com o tempo que ficamos na cachoeira. 

3° DIA - Parque Nacional de Sete Cidades

Novamente saiamos as 5:30hs mas dessa vez íamos para o Parque Nacional de Sete Cidades. Chegamos no parque quase 2 horas depois. 

Pagamos uma taxa de 7 reais por pessoa, mas acho que esse não é um preço fixo. 


Para poder conhecer o parque existem 3 opções para deslocar-se: a pé, de bicicleta ou de carro. 

"Point" das bikes (dá próxima vez que eu for visitar o parque vou de bike)

Como o grupo era grande foi dividido em 2, sendo que cada grupo era acompanhado por uma guia (mais a do meu grupo era mais legal! :p) 

O Parque Nacional de Sete Cidades recebeu esse nome por causa das diferentes rochas e das diferentes características que são encontradas espalhadas pelo parque. Por causa dessa separação começaram a chamar cada um desses locais de "cidades". 

O Parque Nacional de Sete Cidades pertence a dois municípios: Piracuruca e Piripiri. A área aberta à visitação corresponde a quase 490 hectares, dentro de um percurso de 12 km - que foram percorridos debaixo de um verdadeiro Sol escaldante do nordeste (acho que foi pra descontar o dia nublado de Ubajara). 

Uma das coisas que sempre reparo nesses lugares é se eles possuem placas que informam o nome cientifico ou popular da vegetação e no Parque Nacional de Sete Cidades me alegrou por mostrar eficiência nesse quesito. Não são todas as plantas que possuem placas, mas vi bastantes durante a caminhada pelas trilhas.


As cidades não são visitadas pela sequência, começamos pela sexta cidade e terminamos visitando a primeira. No mesmo local onde contratamos os serviços do parque existe uma loja que vende itens referentes ao parque, banheiros e uma pequena mercearia. Se você não tiver muita água não existe em comprar, eu andei com duas garrafas de 600ml, mesmo racionando ainda acabou antes do final do trajeto (mas só porque a guia tinha avisado que já havíamos visitado tudo e que estávamos nos últimos metros). 

O ônibus nos levou até um ponto especifico para a partir dali seguir todas as trilhas a pé.

A primeira cidade que visitamos foi a Sexta Cidade, a cidade da Pedra da Tartaruga.

Inicio da Sexta Cidade, logo a frente já podemos ver a Pedra da Tartaruga.

Instruções da guia: 
Não tocar nas formações para manter sua preservação

Essa cidade recebeu esse nome devido a rocha assemelhar-se ao casco de uma tartaruga. Esse formato desenvolveu-se devido a contração formada pela desidratação da argila presente na rocha, causando o surgimento dessas estruturas em forma de polígonos.


Enquanto eles viam somente uma tartaruga, 
eu via uma Tartaruga-Leão (sangue Nerd tem poder!)

Outra rocha encontrada nessa cidade que possui as mesmas da Pedra da Tartaruga é a Pedra do Elefante.

Formato de um elefante (mais ou menos...)

Caminhando alguns metros encontramos uma formação que é chamada "Arco do Triunfo". É formado de arenito erodido pela água e pelo vento. Ela possui 18 metros de altura. Não é permitida a aproximação de veículos, pois suas paredes são frágeis com a vibração dos motores.


Existe uma lenda que diz que "ao passar por baixo do arco a pessoa tem direito a um desejo". A bocó aqui não lembrou de fazer o desejo... kkkkk.


Em seguida conhecemos a Quinta Cidade, a Fuma do índio que mostra alguns rituais de caça entre outras pinturas rupestres. Alguns desenhos não possuem um formato definido e outros perderam um pouco de sua coloração original. Os desenhos que mais se destacam são:




Mão de seis dedos

A maioria das pinturas sofreram com o tempo, a exposição do Sol, vento e chuva, deixando-as razoavelmente mais claras devido a perda da coloração original. A presença de cupins também poderá afetar a preservação das pinturas.

Em seguida fomos conhecer uma formação que tinha o formato de uma grande serpente. 


A parte que ergue a serpente (lado esquerdo da foto abaixo) possui uma formação semelhante a livros empilhados, lá eles chamam essa parte de "biblioteca".



Por trás dessa formação há uma escada que leva para o mirante. 


Esse é o ponto mais alto do Parque, tem 82 metros de altura onde é possível ter uma visão de quase todo o parque.



Cuidado por onde pisa!
Esse desenho não lembra outra coisa kkkkk

Foto Oficial do 2° grupo

Depois conhecemos outras formações como:

Dedo de Deus

Fenda


Os três encostados (não sei o nome verdadeiro)

Pedra do Solstício.
Segundo a guia, no dia 21 de dezembro, de todos os anos, o Sol envia seus raios exatamente para dentro desse buraquinho criando um feixe de luz que termina alguns metros depois em um ponto especifico no chão.

Moai

Portal que possui uma formação semelhante ao (ver imagem abaixo):

Mapa do Ceará

Beijo dos Lagartos

Cabeça de Águia (que parece estar alimentando um filhote)

Formação semelhante ao mapa de Minas

A caminhada terminou na Gruta do Catirina.


Segundo a guia, Catirina era um curandeiro bastante conhecido e respeitado por todos os habitantes dessa região. Ele isolou-se nessa gruta junto com seu filho que possuía problemas mentais.

Catirina e seu filho moraram na gruta por cerca de 10 anos. Sempre era procurado pelas pessoas, pois com
seus conhecimentos da fauna e flora ele podia curar enfermidades, desde mordidas de cobras a executar verdadeiros milagres. 

Dentro da gruta, onde pudemos descansar do escaldante Sol, ouvindo as histórias da guia sobre o Catirina e suas façanhas (verdadeiras e fictícias).

Nos fundos da gruta existe um buraco de alguns centímetros onde o Catirina preparava suas ervas. Segundo a guia esse buraco existe bem antes da chegada do Catirina a gruta.

Buraco curandeiro

Catirina abandonou a gruta quando o seu filho faleceu, mas antes ele o enterrou em um local próximo a gruta. Anos depois Catirina faleceu mas não se sabe onde. Ele foi procurado, mas não sabem a exata localização de onde ele morou nos anos seguintes e onde esta enterrado. 

O site Piaui.com.br informa sobre depoimentos de seu filho Martinho e onde ele pode ter sido enterrado.


Depois disso retornamos para o ponto inicial. Entramos no ônibus e descemos para conhecer a Sétima Cidade. Que normalmente não é aberta para o público, exceto que tenham permissão do ICMBio. 


Nessa cidade podemos ver algumas pinturas rupestres.

Entramos novamente no ônibus para irmos na última parada do parque, que é o Olho d´Água dos Milagres. Onde há uma fonte que nunca para de jorrar água.


O professor encontrou algumas moedas no fundo dessa pequena lagoa. Só porque tem o nome de Milagre não quer dizer que seja uma fonte dos desejos. A turma adorou o banho.


Fomos até recebidos por um nativo da região. O Sr(a). Iguana veio dar um oi para os visitantes. 

Sr(a). Iguana

É uma pena ele não ter pulado na lagoa... kkkkk. A aproximação dele deixou os "peixinhos" apreensivos.


Esse espaço possui umas barraquinhas de madeira que você pode usar para descansar, fazer um piquenique ou sentar para conversar. Possui um banheiro (masculino e feminino) e lixeiras, onde podemos ver novamente desenhos criativos inspirados nas pinturas rupestres do parque. 


Voltamos para o ponto inicial e nos despedimos dos nossos guias e do Piauí.

O "pessoal de trás"
Agora #PartiuSítioDoBosco

Sítio do Bosco

Poucas horas depois estávamos chegando no Sitio do Bosco. 

Entrada do Sítio do Bosco
Foto retirada do site: Fotos e Trilhas

História do Sítio do Bosco

Segundo o site oficial do Sítio do Bosco. Esse espaço possuía um aspecto de abandono, o solo era erodido devido a agricultura tradicional de subsistência com o tempo deixou o solo inviável para exercer qualquer outro trabalho. Em 2003, João Bosco Muniz Feitosa comprou esse terreno e investiu seus recursos financeiros para transformar esse lugar em algo atrativo para famílias e aventureiros. A vegetação foi recuperada com o plantio de árvores nativas e frutíferas, foi construída uma infra-estrutura para acomodar turistas e campistas como trilhas, área de lazer, Camping, restaurante, banheiros, estacionamento e uma rampa de voo livre.    

Para ter acesso ao sítio é preciso pagar uma taxa de 5 reais onde você ganha uma pulseira que comprova o seu pagamento. 

"Sítio do Bosco: Um recanto frio, verde e sossegado."
Não existem palavras que definem melhor esse lugarzinho!

Chegamos bem próximo das 5 horas e teríamos até as 7 horas para conhecer o sítio. Não sabíamos que para entrar no sitio teríamos que pagar, alguns optaram por entrar e outros continuaram no ônibus. Eu lá sabia quando ia voltar pra lá, no final esses foram os 5 reais mais bem gastos que já fiz.


Iurull!

O sítio não oferece um guia, mas nem precisa porque o local é repleto de placas e dificilmente você pode se perder. Dessa vez o professor que foi o guia, durante o nosso trajeto ele mostrava os lugares e coisas para se fazer. 

Meus olhinhos brilharam apos ler isso
Rampa de voo livre (babando...).

Um balanço que dá a sensação de estar voando

Local para vista panorâmica

Cansado? Deite na grama e relaxe!

Como a noite estava próxima não desci as escadas para ir ver a cachoeira chamada "Cascatinha da Mata", mas peguei uma foto do site Fotos e Trilhas. O professor/guia disse que a água era gelada (provavelmente mais gelada que as de Ubajara), mineral e muito limpa. Acesso livre para os visitantes.

Cascatinha da Mata

O Sitio do Bosco possui um espaço completo para Camping. Caso você já tenha uma barraca pagará uma taxa de R$ 10,00 (por pessoa) pela hospedagem e caso não tenha poderá alugar uma barraca lá mesmo e pagar R$ 15,00 (por pessoa) pela hospedagem (fora o dinheiro do aluguel). 

Camping - Imagem da internet


Se você é daqueles nordestinos "arretados" poderá alugar uma rede para dormir no friosinho da noite que chega a medir de 15° a 20 ° C, além do ventinho congelante que soprará no topo da serra.

Imagem da internet

Imagem da internet

Chalés são uma outra opção de hospedagem. Não fui informada sobre os preços de hospedagem nos chalés.

Imagem retirada do blog Tiangua Reporter

Depois percorremos um trecho da trilha e chegamos na rampa de voo. 

Vista panorâmica da rampa de voo 


Vista privilegiada onde é possível alguns municípios do Ceara: como Frecheirinha, Graça, Jaibaras, Pacujá, Mucambo, o espelho d´agua do Açude Angicos e o Parque Nacional de Ubajara.


...quero saltar... :(

Meu desejo era voar, mas pro meu azar não tinha ninguém saltando. Mas pra saltar havia um problema: o horário. Estava muito tarde pra fazer essa aventura, fica pra próxima!


Fotos da internet... já que não vi ninguém saltando :(

No lado direito da pista vi uma placa que dizia "Caverna do Morcego", me animei pra ir conhecer. 

"I´m Batman" (tá com a camisa errada mané!)


Avisei a minha amiga (pra que não fossem embora sem mim... trauma! kkkk) e entrei na pequena e estreita trilha. Silenciosa e escura por causa da copa das árvores que cobriam o céu, vi uma curva e percebi que o trecho era mais aberto mas não segui para ver até onde ia, podia ser longo mas não queria deixar ninguém me esperando voltar de lá. 

Mesmo não tendo ido até o final gosto de conhecer os lugares que "quase" conheci. Segundo o próprio site do Sítio do Bosco a Caverna do Morcego abrigou índios Tabajaras da família Tupi que habitavam a região antes da chegada de Cabral ao Brasil... e só... não consegui encontrar outras informações sobre essa caverna (uma pena!).

Passei por essa trilha, mas tabuas de madeira cobriam o solo.

Olhando essa foto essa caverna me lembra a caverna do Catirina (Parque Nacional de Sete Cidades). 
Ela deveria ser usada como um tipo de abrigo, não sendo grande/extensa e escura como a de Ubajara.

#SelfieSítioDoBosco

Voltamos para a cidade de Ubajara, essa seria a nossa última noite e para poder terminar com chave de ouro combinamos um cineminha em uma das salas. 

#SelfieCinemaEmUbajara


Mas o cineminha transformou-se em outra coisa, mesmo com a sala tendo quase 20 pessoas foram poucos que assistiram o filme inteiro, a grande maioria ficou ligada no universo digital com seus tablets, notebooks e sei lá mais o que. Segundo os "virtuais" a culpa era do filme que era legendado, poucos haviam assistido a primeira parte e a melhor de todas "só passava de noite" (cenas gravadas durante a noite e que mal davam para ser vista). O filme escolhido foi Jogos Vorazes 2. 


Depois do filme um grupo permaneceu acordado por algum tempo, batendo papo e rindo de besteiras (acho que era o sono). As 2:30hs da madrugada a maioria foi dormir... outros permaneceram acordados a noite inteira (inclusive eu... sem sono e achando que ia ser pior dormir pouco mais de 2 horas).

4° Dia - Bica do Ipu

As 5 da manha de segunda feira a galera estava acordada, arrumando as malas para voltar para Mossoró, mas antes faríamos a nossa última parada para conhecer a Bica do Ipu. De longe já podíamos ver a cachoeira que cortava a serra, sua imagem assemelha-se ao Monte Roraima (parecido não idêntico!). Subimos por uma estrada que assustou algumas pessoas (por ser meio estreita).

Bica do Ipu na Serra da Ibiapaba 
Foto da internet

Entrada para a Bica do Ipu
Foto da internet

A queda d´agua da Bica do Ipu possui uma altura de 120 metros.


Em 1999 foi decretada ( DECRETO Nº 25.354, de 26 de janeiro de 1999) a criação de uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável para manter, fiscalizar e monitorar atividades em torno da Bica do Ipu. 



A APA da Bica do Ipu abrange uma área de 3.484,66 hectares. O acesso a bica é permitido para qualquer pessoa e sem nenhum custo de entrada.


Já foi inspiração de um romance bastante famoso criado pelo escritor José de Alencar, onde relatava os banhos da Virgem dos Lábios de Mel em Iracema.


A APA da Bica do Ipu possui acomodações turísticas como um restaurante, banheiros e grandes áreas para lazer e trilhas ecológicas. Porém o restaurante só funciona de terça a domingo, então nesse dia não pudemos comprar nada, já que era segunda-feira.


Na maioria das vezes esse tipo de madeira é apreendida por órgãos ambientais

Uma das coisas que mais chamou a minha atenção foi a quantidade de sujeira pelo lugar. O parque fornecia lixeiras e várias placas informando sobre manter o ambiente limpo, mas os visitantes não souberam respeitar.

E mesmo assim ele foi parar no chão e na água

Segundo o site SEMACE.ce.gov.br esse é um dos principais problemas que ocorrem na APA, além do desvio de cursos d´agua para uso na atividade agrícola, desmatamento e queimadas.

A SEMACE realiza fiscalizações semanais na área, mas era necessário ter a colaboração da população local e dos turistas para manter sua estrutura e ambientes limpos e conservados. Lembrando que o artigo 3° (do mesmo decreto de criação da APA) diz que, ficam proibidas as seguintes atividades: 
VI. Qualquer forma de utilização que possa poluir ou degradar os recursos hídricos abrangido pela APA, como também, o despejo de efluentes, resíduos ou detritos, capazes de provocar danos ao meio ambiente.

Esse era um dos locais mais bonitos e logo depois dele ficava o local mais sujo da APA da Bica do Ipu

Mesmo estando no per iodo de chuvas quando me aproximei do local onde as pessoas costumam tomar banho senti um cheiro desagradável de água suja. Optei por não tomar banho. Andando por outros locais vi garrafas pet, sacos de bolachas e salgadinhos e até mesmo excrementos de humanos dentro e próximos de poças d´agua, mas razoavelmente longe das áreas de banho (mesmo assim não deixa de ser nojento).


Provavelmente resultado das festas anteriores que a Bica do Ipu "festejou", como o ano novo e o carnaval. Como é mostrado na imagem a seguir:

Carnaval na Bica do Ipu
Imagem retirada do site Netcina

Continuando... Escondido por trás de algumas rochas, na parte direita antes de chegar no lago, existe uma trilha que leva até o exato local da queda da Bica do Ipu. Em menos de um minuto seguindo uma trilha de terra e pedras você encontrará logo a sua frente a magnifica cachoeira da Iracema. Senti falta de lixeiras nesse ponto.

Trecho da trilha que leva para a queda d´agua da Bica do Ipu

Prepare-se para as mordidas das mutucas e olha que são muitas! Desisti de seguir pela trilha por causa delas. Resolvi encontrar outro caminho, subi em algumas pedras e me sentei sob uma delas sentindo os respingos de água que o vento trazia.


Lá de cima podia ver a turma que se concentrava na parte de baixo e dos corajosos que foram onde nenhum outro teve coragem de ir.

Os corajosos que resistiram as mordidas das mutucas

Denis o corajoso, tomou banho diretamente da queda d´agua.

Leandro o corajoso, subiu em locais escorregadios e altos para tirar fotos do Corajoso 1 

#SelfieBicaDoIpu

Denis levou uma corda para praticar Slack Line, montou próximo do pequeno mirante e não faltou cantidados para brincar, inclusive o motorista entrou nessa.



Depois de alguns minutos de descanso voltamos para o ônibus.


Mais antes, as últimas fotos oficiais.


Serra da Ibiapaba no fundo

#SelfieSerraDaIbiapabaNoMeioDaRua

E assim eu encerro essa postagem.

Serra da Ibiapaba e a Bica do Ipu

Foi bom enquanto durou!
Obrigada galera pela viajem inesquecível onde tudo ocorreu bem e obrigada professor Luis Cesar por essa incrível e imperdível oportunidade!

#Curti!!!

Bônus:
Lembram que eu reclamei do meu pé durante a trilha de Ubajara?
Olhem ai o resultado de um tênis ruim (depois de 3 semanas):

Aff... ainda bem que não doi :) rsrsrs

Outras fontes consultadas: